Quando tratamos do público infantil, já não é novidade que todo cuidado é pouco! Afinal, as crianças merecem todo nosso cuidado. Assim, falar sobre a importância de certificar brinquedos é tão óbvio quanto lembrar que isso é uma obrigatoriedade para empresas que fabricam e importam produtos classificados como brinquedos.
Vale informar também que quaisquer empresas que trabalham com produtos precisam estar atentas quanto aos critérios que classificam o produto como brinquedo (vamos ter artigos sobre isso mais a frente). Isso para que possam estar alinhadas com as exigências de cada projeto.
Por exemplo o pop it, aquele produto a base de silicone com bolhas que podem ser empurradas emitindo um som de estouro, com efeito terapêutico. Isso é brinquedo? Não está na legislação, mas esse novo queridinho das crianças é um brinquedo sim e, inclusive, precisa de certificação.
A certificação, por exemplo, exige que você defina a idade para qual vai ofertar o produto, isso é uma exigência. Porém, temos que pensar nisso além da certificação, além da legalidade, afinal vai ajudar sua empresa a ofertar o brinquedo para o público alvo certo, garantindo uma boa experiência para a criança. Isso também vai direcionar sua publicidade e impulsionar as vendas. Ou seja, só benefícios!
Dessa forma, a iniciativa da certificação de brinquedos marcou território para ir muito além do papel. Ela visa garantir ao consumidor a segurança mínima de um produto que não apresente riscos à saúde e vida da criança e, assim, criar mais oportunidades para as empresas!
Real motivo para a certificação de brinquedos na história
As ocorrências de acidentes envolvendo crianças tiveram seu pico na década de 80. Por isso, em 1992, o Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia) apresentou o primeiro regulamento técnico a ser considerado no Brasil.
Ou seja, infelizmente, somente após registros de acidentes (como asfixia, cortes, perfurações e queimaduras) é que os olhares foram voltados para criar um programa obrigatório para garantir a segurança de brinquedos.
Além disso, precisamos admitir que, hoje, o principal motivo da certificação é a questão econômica e a proteção das indústrias nacionais. Eu acho conflituoso falar sobre isso, porque para mim o principal motivo deveria ser a segurança e preocupação com as crianças.
Porém, precisamos entender que foi a questão econômica que motivou, inicialmente, a obrigatoriedade da certificação. Futuramente, falaremos mais sobre isso aqui no blog.
Responsabilidade do Fornecedor do Brinquedo
A certificação é uma forma de demonstrar ao consumidor final, por meio do Selo de Conformidade, que o brinquedo é seguro, que ele pode ser adquirido na confiança de que NÃO Gerará nenhum prejuízo a saúde da criança.
Cabe dizer também que, pelo que acompanho, o consumidor ainda não compreende claramente que a certificação é sobre segurança e não sobre qualidade.
Ou seja, quando um brinquedo quebra, por mais que ele não cause dano (é seguro), o fato dele não durar (baixa qualidade), leva o consumidor a questionar a certificação. Porém, precisamos disseminar que são fatores diferentes.
Além disso, embora as empresas ainda tenham uma resistência quanto a certificação e algumas ainda não consigam utilizá-la como um fator positivo para o negócio, existe uma Lei que independente da obrigatoriedade da certificação e precisa ser observada: o Código de Defesa do Consumidor. É no Código que o fornecedor é chamado para olhar para questões além das obrigatórias e tomar ações para garantir a oferta de um produto de qualidade e seguro.
O que eu considero a maior motivação para a certificação de brinquedos
Por fim, acredito que enquanto a certificação de brinquedos for apenas mais um requisito obrigatório, e não for parte dos valores e ações das organizações, mais empresas estarão preocupadas em “tirar o selo” e “comprar papéis”, contribuindo para a cultura da burocracia.
Portanto, temos que conscientizar as pessoas para uma certificação verdadeira, na qual a maior importância da certificação NÃO seja atender uma lei, mas utilizar este processo para melhorar a reputação da empresa, sua responsabilidade social e com isso, sua participação de mercado. Já pensou na certificação nesta perspectiva, comenta aí?? 😉