Qualidade Comportamental: uma nova resolução de fim de ano

A Qualidade Comportamental é um modo novo de ver Qualidade, um que, de certa forma, contraria tudo que aprendemos, mas que talvez seja o segredo!

Olha só, olha lá, mais um termo bonito pra gente estudar: Qualidade Comportamental!

Mas antes de “entrar nesse mérito”, gostaria de explicar um pouco sobre as origens dessa ideia. Ultimamente, tenho me envolvido com muita coisa legal! (como o Ah, se tivesse gestão!, nosso programa semanal sobre atualidades, gestão e comportamento ❤)

Entretanto, o fato é que coisas legais também consomem tempo, por isso tenho escrito muito pouco para o Blog (#triste). Assim, o fato de estar escrevendo pouco (para o blog, haha) me fez refletir muitos nos últimos dias. Isso, somado ao final de ano e ao planejamento de 2022, me lembrou muito daquelas promessas de réveillon, sabe? Do tipo: “Em 2022 eu vou:

  • Fazer um curso (pós) na minha área;
  • Perder peso (essa é real oficial a minha lista, haha);
  • Aprender inglês, francês, alemão ou mandarim;
  • Guardar dinheiros, de preferência bastantes;
  • Comprar um carro, uma moto, uma casa;
  • Virar o Batman;
  • Sei lá, essas coisas e entre outras.

Acredito que essas ditas “promessas” são muito comuns. Todo mundo, de alguma forma, as faz. E isso é um dos pontos centrais do meu artigo de hoje. Entretanto, se você acha que vou criticar as promessas e dizer que as pessoas não fazem planos, se comprometem, blá blá, errou. Isso não tem nada a ver, em si, com o que quero discutir. Então, segura essa ideia um pouco que já volto nela!

Um curso que mudou minha percepção de tudo

Há mais ou menos 20 dias, eu fiz um “curso” com os queridos Orlando Pavani e Márcia Pavani. Coloquei “curso” entre aspas, porque é uma coisa meio louca, não dá para explicar direito. Mas, de fato, esse curso mudou minha vida drasticamente.

O curso é o OT Extreme. Para resumir, posso dizer que é uma imersão total em si mesmo e uma luta contra aquilo que você mais detesta. Mas ok, até aí não vai fazer muito sentido para você, pois o curso é TOTALMENTE vivencial. Então, para títulos deste artigo, basta dizer que é um curso que, de alguma forma, age sobre nossos comportamentos. É nisso que precisamos focar por enquanto.

(se o Pavani ler esse texto, vai me xingar se tão simplista, haha! Pavani, te amo ❤)

No OT, descobri aspectos do meu comportamento aos quais jamais imaginei existirem. Há coisas muito profundas da minha personalidade que me fazem agir da forma X ou Y. Isso, então, é a base do meu ser e, assim, me impulsiona a fazer muito do que faço todos os dias.

Existem alguns pontos que eu simplesmente desconhecia, o que é muito intenso, pois o OT provocou em mim diversos comportamentos novos. Ouso dizer, inclusive, que, nos dias pós curso, encontrei um estado de atenção que jamais imaginei existir.

Experimentar isso é algo in-des-cri-tí-vel!

É aqui que comecei a pensar nesse termo: Qualidade comportamental. Foi aqui que comecei a entender algo que antes não enxergava. Agora, voltemos um pouco para fechar essa história.

A Qualidade Comportamental e as resoluções de ano novo

Como eu disse, o curso mexeu demais com meu comportamento. Com como eu vejo, sinto e reajo a algumas coisas. E agora, dias depois, comecei a pensar no que eu precisaria fazer, em 2022, para alcançar meus objetivos.

De repente, me deparei com a seguinte pergunta:

Como eu preciso me comportar para alcançar X, Y ou Z no ano de 2022?

Já não era mais uma questão de “que cursos preciso fazer” ou “quais atividades preciso colocar na agendar”. Agora, percebo que o que preciso realmente fazer é reforçar minhas condutas de acordo com o que espero de mim.

Pensemos em Foco, por exemplo. Ou Ética, Perseverança… Esforço. Dizemos que esses são valores. Entretanto, o que realmente nos mostra se alguém é focado, ético, perseverante ou esforçado é a forma como essa pessoa se comporta.

É aqui que eu queria chegar. Minhas reflexões ao longo dos últimos meses estão me levando a crer em algo que parece óbvio. Mas, de certa forma, um óbvio que precisa ser dito: a Qualidade é, antes de tudo, um comportamento individual! E isso pode mudar muita coisa sobre como a encaramos.

Qualidade Comportamental e os novos rumos da gestão

Há um fato que nós demoramos cada vez mais para admitir: quanto mais tentamos gerenciar coletivamente as pessoas, mais nós falhamos. O mundo está cada vez mais complexo, mais VUCA se preferir.

As necessidades individuais nunca foram um valor tão forte na vida das pessoas. E o que nós fazemos? Criamos um e-mail padronizado para comunicar algo para todo mundo ao mesmo tempo. Prático não é? Mas será eficaz?

Não digo que ações coletivas, como palestras ou seminários, são ineficazes, ao contrário. Entretanto, quando foi que trabalhamos a Qualidade de forma individual? Quando pensamos no que cada pessoa compreende e como ela se sente em relação à empresa, à Qualidade e a tudo mais?

Quando foi que pensamos na experiência do colaborador com a Qualidade?

Neste ponto, talvez, nos venha a cabeça que isso é inviável. Afinal, “Não dá pra ouvir todo mundo, Davidson”. Realmente, talvez seja. Não sei muito bem o que dizer sobre isso, mas eu estou aqui para trazer problemas mesmo, haha. Entretanto, acredito que isso é fruto da nossa percepção limitada de mundo.

Há 10 anos, seria inimaginável dizer que um banco sem NENHUMA agência física seria melhor que um banco com agências em todas as cidades. Mas pergunte para os clientes do Nubank se eles querem voltar ao modelo antigo? São 40 milhões de clientes que amam o banco, que se comportam expressando isso na redes sociais o tempo todo.

E agora, José? O que a gente faz para implantar a tal da Qualidade Comportamental?

“Bom, o conceito é bonito, né Davidson, mas e agora, qual o próximo passo?

Eu sei, nós aprendemos a nos comportar buscando aplicar tudo que aprendemos. E isso é muito bom. Entretanto, às vezes, não conseguimos aprender o que fazer, como fazer. Se fosse fácil transformar a Qualidade em comportamento, eu não precisaria escrever um artigo de mais de 1000 palavras, haha.

De qualquer forma, não posso te apresentar os caminhos certos. Afinal, eu mesmo sou um grande defensor das ações coletivas de engajamento e vou continuar sendo! A diferença, agora, é que precisamos encontrar formas INDIVIDUAIS de tratar e trabalhar a Qualidade com as pessoas.

Em times menores, com 5, 10, talvez 15 pessoas, acho que é mais fácil fazer isso. Mais “viável”. Mas como criar modos sistemáticos de trabalhar individualmente a qualidade em empresas com 1 mil, 2 mil, 10 mil pessoas trabalhando? Essa é a pergunta que precisamos responder. Esse é o trabalho que precisamos desenvolver.

Enquanto esse trabalho sistemático não surge. Enquanto não aprendemos a lidar com “milhares de pessoas” ao invés de “terabytes de dados”. Acredito, então, que a única forma de trabalhar o comportamento das pessoas e entendê-las individualmente é chamando o colega da mesa ao lado e tendo uma conversa franca sobre o assunto.

Este texto, como tudo que faço, pode ser um erro, mas estou muito inclinado a crer nisso tudo. De qualquer forma, adoraria conhecer suas opiniões sobre o assunto. Assim, quem sabe, não compreendemos melhor o que cada um de nós pensa a respeito da nossa querida Qualidade!

Boas festas a todos! Espero que seu 2021 tenha sido tão intenso quanto o meu! E até 2022! ❤😁

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Dave Ramos
Sempre acreditei que as pessoas tem o poder de mudar o mundo a sua volta, desde que estejam verdadeiramente engajadas nisso. Tive ainda mais certeza disso quando me tornei Auditor Líder ISO 9001:2015 e comecei minha jornada na Qualidade. Por isso continuo a escrever sobre gestão e por isso criei a Fábrica de Qualidade: para ajudar pessoas a engajar pessoas! Clique AQUI para visitar a Fábrica.
Artigos: 54

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